Um e outro pertencem ou pertenceram ao Bloco de Esquerda e dão uma interpretação interessante da realidade política actual.
No «Diário de Notícias» José Manuel Pureza considera que a dívida é um mero pretexto para a cruzada ideológica a favor do trabalho low cost (…). O próximo passo poderá bem ser a diminuição do salário mínimo. Sempre em nome do sacrossanto mandamento da competitividade das empresas. As mesmas que o Governo afunda com a recessão purificadora.
Por seu lado, no «Expresso» Daniel Oliveira alerta para os riscos muito sérios da aparente incompatibilidade do capitalismo com a democracia: o pensamento neoliberal é a nova ideologia antidemocrática. Dando aos mercados financeiros o poder absoluto de determinar o futuro dos povos, estigmatizando a despesa pública e destruindo todas as almofadas sociais que nos têm garantido a paz, consegue instalar, sem disparar um tiro ou ocupar uma capital, o terror e a miséria.
Fica então o aviso: o tempo das falinhas mansas está a chegar ao fim. Se os actuais “estadistas” europeus não tiverem a coragem de resgatar a democracia outro tipo de alternativas surgirá. E temo que não seja bonito de se ver.
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