O que se está a passar no Norte de África suscita algumas perplexidades, por muito que desejemos o sucesso de revoluções populares capazes de transformar ditaduras corruptas em democracias, mesmo que do tipo burguês.
Porque existe o receio de ver o islamismo aproveitar para singrar em países aonde eles têm sido contidos e as mulheres ainda não se sujeitam aos horrores opressivos de um Irão ou de uma Arábia Saudita. E essa eventual solução só tornaria mais candente a questão do choque de civilizações, que continua a perdurar…
O que hoje se vê é uma tendência acelerada de transformação política em que se derruba o estado actual das coisas sem se conseguir vislumbrar qual acabará por vigorar: se a revolução tunisina demorou três semanas a derrubar o regime, Mubarak, no Egipto, parece em vias disso ao fim de quatro ou cinco dias.
A novidade do que se está a passar é o facto de surgir nessa região geográfica um movimento popular empenhado em mudar regimes, recorrendo a redes sociais. Algo que poderá vir a ser replicado noutras regiões: porque não na nossa Europa aonde os mais ricos (países e pessoas) se mostram insensíveis às aflições dos que mais desarmados se mostram perante a guerra económica em curso...
Sem comentários:
Enviar um comentário