As ciências, por mais avançadas que sejam, ainda não inventaram nada. O que têm feito é descobrir o que Deus criou.
É de admitir que o responsável por esta frase - o cardeal lisboeta D. José Policarpo - sinta o drama de chegar ao fim da vida a ver desmoronado todo o edifício de certezas em que tem assentado a sua crença mística num deus omnipotente, omnipresente e omnisciente. Ou a sua cegueira fundamentalista lhe iniba sequer a capacidade para se colocar uma pergunta tão óbvia como o é esta: estarei enganado em acreditar numa ficção criada pelos homens para se defenderem da sua ignorância?
A verdade é que, lançadas aceleradamente no século XXI, as ciências vão dando explicações cada vez mais aprofundadas sobre todas as grandes questões ligadas à nossa existência, transformando a metafísica numa quimérica impossibilidade matemática. E sempre pondo-se em questão, virando-se do direito e do avesso, para testar todas as possibilidades. O que nos leva a uma ideia cada vez mais contrária à nossa necessidade de ver tudo sob o prisma de haver sempre um princípio e um fim: o Big Bang pode nunca ter existido a uma escala universal, porquanto a nível cósmico, sempre terão existido estrelas, planetas, cometas e outros corpos celestes, eles sim sujeitos como nós, ao nascimento e à morte...
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