terça-feira, 16 de julho de 2024

Caldos de galinha

 

Sim: é um empate técnico entre o PS e a AD o que resulta da sondagem da Católica, mas ainda assim, e em relação à de há dois meses, o PS progrediu 4% e a AD só 1%. E, ao mesmo tempo, o Chega tem o recuo mais pronunciado, quiçá revelador da tendência para alguns dos seus eleitores menos fanatizados em valores repulsivos se reencaminharem para outros bem mais aceitáveis.

Relativizando a importância das sondagens esta, porém, terá o condão de refrear os ânimos de Montenegro, quanto a apressar a réplica do oportunismo de Cavaco em 1987. Podendo ainda assim iludir-se com o facto de tal só ter sucedido após dezoito meses em maioria relativa.

Para já Pedro Nuno Santos dá sinais de cautela aprestando-se a propor a negociação de um orçamento para 2025, que possa merecer a aprovação ou a abstenção do Partido Socialista atirando o ónus da eventual crise política para a direita se rejeitar esta oferta.

Para já é tempo de esperar pelo desgaste progressivo de uma desgovernação, que não possui soluções miraculosas para o que prometia resolver e em que o fantasma das contas incertas virá ao encontro da facilitação de alguns acordos com as corporações apostadas em verem-se recompensadas com a mesma ligeireza com que algumas o foram. Sob pena de ver o outono anunciar-se na forma da agitação social, que a continuação dos problemas na saúde e na habitação implicarão. Com a possibilidade de os alunos sem aulas virem a demonstrar a falência das receitas do ministro da Educação, mesmo ele querendo transferir o seu fracasso para as direções das escolas incumbidas de arcarem com as responsabilidades até agora assumidas pela tutela.

Estando ainda a soma das esquerdas a nove por cento da das direitas não nos faz mal nenhum uma dieta à base de caldos de galinha...

Sem comentários:

Enviar um comentário