quinta-feira, 4 de julho de 2024

A angústia do mau guarda-redes perante os muitos penaltis

 

Há a ilusão de entrarmos na tradicional silly season com o calor a amolecer as mentes e as notícias políticas - nacionais ou internacionais! - em proveito das episódicas vicissitudes dos futebóis.

E, no entanto, há a possibilidade da Inglaterra voltar a ter os trabalhistas no poder (embora Keir Starmer seja versão recauchutada de Tony Blair!) e, quer em França, quer nos Estados Unidos, os  presságios mais sombrios poderem estar à beira de ser desmentidos. Ou que, internamente, e depois de ter saído entronizado do golpe de Estado promovido por Marcelo e alguns procuradores do ministério público, Luís Montenegro comece a sentir aquilo que já era uma evidência antes de dar satisfação ao ego: não ter unhas para tocar a guitarra, que lhe calhou.

É claro que não faltam vozes a apelar ao Partido Socialista para mostrar piedade cristã para com as insuficiências (des)governativas  - e o texto de Manuel Carvalho hoje no Público é disso exemplo lapidar! - rendendo-se a quem na Assembleia tem o mesmo número de deputados.

Inteligente a estratégia de Pedro Nuno Santos enquanto líder da oposição: nunca tergiversando com os princípios sabe que ser altura para ter nervos de aço e esperar por quanto resultará da inabilidade dos vários ministros para resolver as dinâmicas de protesto, que se conjugaram para secundarem a recente conspiração, mas se cingem às ambições corporativas de quem viu na extrema-direita a aliada para satisfazer os seus interesses, mas agora a constata mais do que insuficiente para os garantir. Talvez haja quem ande a ter consciência de ser bem mais asizado o caminho anterior de ir dando passos seguros à medida da perna...

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