segunda-feira, 8 de julho de 2024

Allons, enfants de la Patrie

 

Quantos deputados teriam cabido a mais à Nova Frente Popular se os macronistas os tivessem imitado mais seriamente na regra de desistirem em seu favor, quando estava em risco a eleição de um neofascista? Os 182, que lhes deram a vitória teriam subido até aos mais de 200, que juntados os classificados como de esquerda, mas nela não filiados, também se viram eleitos!

Helas que o sentimento republicano foi escrupulosamente cumprido à esquerda, mas falhou significativamente à direita.  Porque teria sido relevante que o partido de Marine Le Pen saísse mais humilhado da consulta eleitoral de ontem do que denotam os seus 143 deputados.

É por isso que Macron não merece qualquer consideração da esquerda e deve por ela ser detestado de tout son coeur. Porque ficará para a História como o infiltrado, que começou por fazer o trabalho de sapa por dentro para, depois, de fora, a querer destruir. Episódio infeliz da História francesa este duplo mandato, que se concluirá daqui a três anos, será aquele em que a esquerda no seu todo, e o Partido Socialista em particular, definhou até quase à extinção, mas tem agora o momento de fénix renascida.

Esperemos que saiba vencer a tentação sectária e aja inteligentemente para utilizar a seu favor o repúdio evidente que a maioria do eleitorado denota pelo regresso às tentações sombrias do passado fascista. Para le Pen e seus aparentados europeus, entre os quais conta-se Ventura, poderá aqui ficar registado o momento de viragem em que depois de verem a maré crescer a seu favor, se retoma o refluxo, que os devolverá à merecida insignificância.

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