Pode haver quem seja suficientemente distraído para não ver aquilo que o seu preconceito tornou cego, mas também desconfio não faltarem desiludidos com este desgoverno, com que julgaram ver satisfeitas muitas das suas ânsias, e de que encontram como resposta um gélido banho de realidade.
Penso nos polícias, que se imaginaram com subsídios iguais aos dos colegas da Judiciária, ou nos professores apostados em recuperarem rapidamente o tal tempo de serviço, a que outros funcionários públicos poderiam aspirar.
Olhando para um primeiro-ministro mudo por desconhecer que dizer, ministros céleres a despedir e a difamar gente competente, mas depois admirados por não os terem a fazer aquilo que não sabem, anuncia-se uma tempestade tão intensa, quanto parece estagnada esta bonança.
O verão está para vir e os hospitais voltarão a estar num caos, que as televisões - tão desejosas de o denunciar, quando o imputavam ao governo anterior - não conseguirão iludir, e as ruas serão estreitas para conter a deceção dos que veem a situação piorar, quando não se contentavam com os avanços assim assim.
E entre os que se arrepiam com este duche frio está a caquética criatura ainda suficientemente lúcida para perceber quão falhada foi a missão a que se dera, e julgara concluída com a demissão de António Costa. Afinal aqueles a quem pretendera devolver o pote demonstram ser tão desajeitados, que só resta desejar que não o partam. Porque para recuperar os danos já os socialistas se preparam...
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