Não é que o governo anterior tenha dado sinais de contrariar essa tendência, mas decerto estarão bem mais descansadas as administrações dos cinco maiores bancos a operarem entre nós ao anunciarem que, no primeiro trimestre, andaram a recolher 560 mil euros de lucros por hora só à conta da diferença entre os juros cobrados e os propiciados aos clientes.
Até por uma questão de pudor, Fernando Medina teria de anuir com o estupor, que a notícia provoca na opinião de quem olha para ela com a indignação de quem vê o país evoluir no sentido contrário ao desejável, ou seja numa maior desigualdade entre os poucos que enriquecem e todos os demais que não passam da cepa torta. E assim seria provável que a maioria absoluta servisse para menorizar o escândalo.
Com Sarmento à frente das Finanças, os senhores do Santander, BCP, BCI, CGD e Novo Banco não arriscam arrelias: quem, à capa de uma campanha bombástica em torno do novo aeroporto deu ao amigo Arnaut a benesse pretendida, mesmo que à custa do sossego dos lisboetas, também arranjará artes de iludir o ultraje, quiçá revestindo-o de outra iniciativa inócua, capaz de entusiasmar os mediáticos comentadores do costume.
E, no entanto, ela (a Terra, claro!) move-se. E é só esperar por que junto das hordas de insatisfeitos, que tão bem souberam agitar contra o governo anterior, as corporações sindicais ou inorgânicas, tenham de lhes conter a impaciência por só proporem umas migalhas...
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