segunda-feira, 15 de janeiro de 2024

Trogloditas à solta em Viana do Castelo

 

Ao princípio, quando o Chega apareceu, gente inocente defendeu a vantagem de ignorar o fenómeno nas redes sociais por dar-se-lhe assim uma importância, que não deveria ter.

Porque pôr a cabeça debaixo da areia nunca foi a melhor solução para enfrentar os problemas agradou-me que Pedro Nuno Santos tenha agarrado o boi pelos cornos e feito dele de bombo no Congresso do PS-Madeira. Porque se o mesmo argumento - “X é mentiroso!”- pode exigir mil repetições para parecer uma verdade (não deixando de ser falsa), muito menos vezes necessitará de ser glosada para convencer a sua justeza. Se só com falácias Ventura poderá desqualificar o líder socialista, este só terá de limitar-se a apresentar factos concretos para demonstrar o quão mentiroso é o inimigo a, politicamente, abater!

Bem pode Ventura travestir-se de ser sério, que a mentira sempre virá apanhá-lo, porque será sempre aquele que promete acabar com a corrupção em quatro anos, quando bem sabemos o seu  passado de inspetor do Fisco contratado pelo setor privado para melhor se dotar das “habilidades” do trânsfuga para escapar aos impostos. Ou quem põe em causa a igualdade de género, como se nela se incluísse reforço do abono de família, o alargamento gratuitidade das creches, a gratuitidade dos passes para jovens e outras medidas que ele nunca se atreveria a anunciar o cancelamento e estão incluídas nos números por ele invocados.

Sim! Temos de levar a sério o esforço dos apaniguados de Ventura para parecerem menos trogloditas do que são vestindo um traje, que continua a ficar-lhes desajustado.

Como hoje escreve Daniel Oliveira no «Expresso» “as pessoas não se deixam enganar quanto à capacidade do Chega cumprir as promessas que faz. Mas são enganadas pela ideia de que farão tremer o “sistema”. Farão tremer quem, exatamente? As famílias mais ricas do país e a rede empresários que financiam o Chega? Alguém que tenha poder económico neste país? Para essas, a extrema-direita, que direciona a fúria do descontentamento para os de baixo, nunca foi um problema.”

Tremer a sério sentiriam esses desditosos com a vida que, a exemplo, dos mais pobres dos argentinos estão a sentir na barriga os efeitos de uma política semelhante à que Ventura implementaria se tivéssemos a infelicidade de o ver bem sucedido.

Exemplo das mentiras oriundas dessa gente de escassíssimas qualidades, e quase todos os defeitos, é a campanha sobre a suposta insegurança no Martim Moniz por nela ter tanta evidência a presença de uma pequena minoria de emigrantes de pele escura e outra religião. Sensação contrariada pelos números e por quem não tem receio de passear pela praça e pela Rua do Benformoso, até ciente de ter menor risco de ver-se espoliada da carteira do que passeando-se pelo Chiado, onde surgem em grande número os alvíssimos estrangeiros com que os criadores da mentira não se preocupam. Na crónica do «Público», Carmo Afonso desafia quem a lê a contrariar tão grosseira manipulação da realidade...

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