terça-feira, 29 de agosto de 2023

Uma variante do cão que usou a dentuça

 

1. A prova em como estamos na época das tolices (a silly season dos ingleses) comprova-o o destaque dado à não notícia da candidatura a Belém do comentador dominical da SIC. Podia-se anunciar que um cão mordeu um pacífico praticante de jogging, que o efeito seria o mesmo: desde que Rangel prometeu estender tapetes de gala entre os serões televisivos e os salões do poder, que logo houve quem na prática lhe quisesse dar razão.

O que Marques Mendes parece esquecer é que, repetindo-se, a História tende a revestir-se de tragédia na primeira demonstração desse tipo de teses - e, de facto, o balanço de Marcelo, quando a História operar o saldo dos seus dois mandatos, aparecerá como trágico na fútil irrelevância - e de farsa na segunda. E convenhamos que Mendes na sua baixa estatura (e não refiro apenas à que ostenta como altura no cartão de cidadão) - a exemplo de Moedas com o seu aspeto de nerd - são políticos, que poderão dar jeito aos caricaturistas, mas decerto nada virão a trazer de positivo a quem precisa de líderes visionários e competentes.

2. Já sabíamos que o bater de asas de uma borboleta poderá causar furioso tufão no mar da China. O que não imaginávamos era que as cheias na Eslovénia fizessem parar a fábrica da Autoeuropa por tempo indeterminado. O que só vem demonstrar que isto anda tudo ligado para o pior e para o melhor. Neste último caso façamos votos para que o abandonado internacionalismo do passado volte a confirmar essa interligação capaz de unir os humilhados e ofendidos de todas as latitudes. Porque o poluído e sobrexplorado planeta bem precisa de recuperar valores, que o capitalismo selvagem quis dar como descontinuados, mas carecem ser recuperados como estratégias eficientes para dissipar os prometidos apocalipses...

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