sábado, 12 de agosto de 2023

Um planeta em ebulição global

 

A expressão utilizada por António Guterres faz todo o sentido numa altura em que se confirma Julho de 2023 como o mês mais quente de sempre desde que há registos, havendo quem defenda tratar-se de um record com mais de cento e vinte mil anos.

Ultrapassou-se o temível limite de 1,5ºC, que se julgava provável daqui a umas décadas e para o qual se deveriam reduzir as emissões de carbono, que o evitasse. Porque os efeitos já se notam na forma de fenómenos meteorológicos extremos.

Lamentavelmente os políticos continuam a ignorar a realidade, com Lula e o primeiro-ministro inglês a aprovarem novas prospeções de jazidas de hidrocarbonetos, que só agravarão o pré-cenário apocalítico. Com a Índia e a China a queimarem megatoneladas de carvão, ou com os EUA e a Rússia a prosseguirem a sua guerra na Ucrânia. E, mesmo na nossa democrática União Europeia os eleitores vão votando em partidos de extrema-direita, que alimentam discursos negacionistas quanto ao aquecimento global, ou dilatam a pegada poluidora com férias para destinos exóticos distantes.

Com a Grécia, o Canadá e o Havai consumidos pelas chamas ou a Eslovénia e a Coreia do Sul afetados por chuvas e ventos intensos, que mais será preciso para que cresça a consciência global capaz de passar para lume brando o que tende a ser uma iminente e destruidora fervura?

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