1. Que Marcelo olha para a espuma dos dias e não se atarda nas vagas de fundo, que ameaçam alterar o contexto da atual crise de habitação, confirma-o a fundamentação do veto ao pacote Mais Habitação e as notícias sobre o que no setor está a passar-se: o Público faz capa com uma crise, que já se deteta há mais de um ano e tem várias explicações, que nada têm a ver com a implementação dessa legislação. As famílias têm menos rendimentos disponíveis, deparam com os aumentos dos juros bancários e ainda sofrem os efeitos dos aumentos dos custos com os materiais a aplicar nas novas construções.
Segundo o texto da jornalista Rafaela Burd Relvas “o número de vendas de casas já está a cair desde a segunda metade do ano passado, tendo sofrido quebras de 2,8% no terceiro trimestre de 2022 e de 16% no quarto trimestre desse ano, enquanto o montante total transacionado começou a cair no último trimestre do ano passado, altura em que sofreu uma redução superior a 10%.”
Não é difícil crer que, travado o entusiasmo dos nómadas digitais e dos reformados norte-americanos e escandinavos com um cantinho, que está a perder muitos dos motivos para se sentirem tão atraídos, os preços tendam a descer, quer nos preços das casas, quer nos alugueres das que, por falta de clientes para os excessivos alojamentos locais.
O melão é capaz de ter maior diversidade de sabores, que o simples bom ou mau, com que foi caracterizado.
2. Pouca relevância foi dado ao estudo da Greenpeace, que classificou a ligação da CP entre Lisboa e o Porto como uma das melhores a nível europeu.
Se compararmos com a euforia por muitos manifestada quando, dias antes, a espanhola Renfe viera anunciar o interesse nessa mesma ligação, pode-se confirmar a pouca condescendência mediática para com os méritos nacionais, quando estão em causa as possibilidades de interesses estrangeiros virem pô-los em causa.
3. Por estes dias também houve quem questionasse a dimensão dada ao episódio de assédio sexual do presidente da Federação espanhola de futebol a uma das campeãs mundiais da modalidade.
Porque se trata de problema sério, que as extremas-direitas peninsulares tendem a potenciar na defesa dos interesses dos machos ibéricos, vale a pena levar a muito a sério o que o é de facto.
4. Um sistema de esgotos, que não funciona devido a cortes sucessivos da eletricidade, e apenas 4% da população com acesso a água potável - quando era 98% em 2000 - eis o tenebroso panorama com que se confronta a população de Gaza.
Infelizmente o Tribunal de Haia ainda não parece decidido a pôr Israel no banco dos réus por mais este evidente crime contra a Humanidade. Porque são muitas as pessoas condenadas a adoecerem por bactérias existentes na água contaminada que consomem...
5. Que Donald Trump lucre com a venda de merchandising, que utiliza a imagem de delinquente fotografado pelas autoridades policiais, só confirma não haver pingo de vergonha num homem de poder, que faz Darth Vader quase parecer um menino de coro.
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