segunda-feira, 14 de agosto de 2023

Um emplastro à solta entre Lisboa e o Pontal

 

Não foi preciso perder tempo a ver as reportagens televisivas sobre a Jornada Mundial da Juventude para receber exaustiva informação sobre o patético e repetitivo surgimento de um emplastro (diferente do há muitos anos conhecido nos telespetadores dos diversos canais!), sempre pronto para posicionar-se perante as câmaras e rentabilizar os custos, que pôs a Câmara a pagar a diversas empresas de comunicação contratadas para lhe cuidarem da autopromoção.

O ambicioso arrivista decidiu levar tão longe a empáfia, que apostou numa singular cereja em cima do bolo: crismar com o nome do encobridor de pedófilos na Igreja a ponte sobre o Trancão, que nem fora ideia sua, nem sequer chegara adjudicara. Tomando como sua a obra alheia, viu-se subitamente desautorizado na asneira, porque nem a submeteu à Comissão da Toponímia da CML e muito menos à opinião dos vereadores.

A pronta reação de quem lançou petição e a subscreveu levou o putativo homenageado a excluir-se da frigideira, onde se antevia grelhado em lume vivo. Deixando nele isolado o sôfrego oportunista.

No entretanto nada dele se conhece sobre efetivos contributos para atenuar a crise da habitação na cidade europeia onde são mais altas as rendas das casas para alugar e onde se fez provedor dos interesses dos gananciosos proprietários de alojamentos locais.

Da Suécia vêm sinais esclarecedores sobre quanto essa ganância pode redundar numa grave crise imobiliária, que ameaça estender-se ao sistema bancário. Atento, o Banco de Portugal já alertou para essa possibilidade também aqui se verificar. Nessa altura não será com este emplastro, que a maioria dos portugueses poderão contar para se livrarem dos danos colaterais de uma realidade para que não contribuíram. Uma vez mais será a esquerda a apresentar soluções exequíveis para que não repitamos os pesadelos dos que, emplastro incluído, estão a anunciar no Pontal o contrário do que sempre defenderam...

1 comentário:

  1. Sublime a forma como o texto reduziu a menos de nada a ardilosa patranha que o emplastro arquitetara na senda duma sonhada e gloriosa carreira política - a sério - mesmo no cume do topo! Não é de admirar! O candidato a emplastro, perante a abordagem dum comentador sobre as dificuldades porque passam tantos portugueses na aquisição de habitação (própria ou arrendada) saiu-se com algo deste jaez: tenham calma que eu sou presidente da câmara há apenas dois anos, a facilidade de acesso à habitação é algo de que, subentendeu-se, irei dar baile! Pobre emplastro!

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