segunda-feira, 12 de junho de 2023

Recordar o passado para melhor entender o presente

 

«As Bombas que aterrorizaram Portugal - os Bastidores do Terrorismo Contrarrevolucionário no Pós-25 de Abril» é o recente livro de Fernando Cavaleiro Ângelo para que Miguel Carvalho chama a atenção no mais recente número da «Visão» e é tentador associá-lo às notícias sobre comprovada delinquência de um dirigente do Chega e de um dileto amigo de André Ventura, ambos sujeitos a investigação policial.  Porque o autor do ensaio, um oficial da Marinha com experiência nos serviços secretos, defende o comportamento mafioso da extrema-direita no período escolhido para a abordagem, demonstrando que “o anticomunismo era apenas o guarda-chuva ideológico que servia para encobrir negócios ilícitos: fuga de capitais, tráfico de armas, etc.” numa estratégia de banditismo “puro e duro”!

Olha-se para a bancada na extrema-direita da Assembleia da República e não se lhe vislumbra a mínima identificação com uma ideologia consistente, que suporte os preconceitos de todos os seus discursos. A bússola está sempre apontada para o que possa ser eficaz do ponto de vista populista, mesmo contradizendo-se com frequência. Daí, e olhando para os seus antecessores de há meio século, dá para questionar, qual será o seu verdadeiro propósito, que interesses pretendem defender (nomeadamente quais os seus financiadores!) através da cortina de fumo mediática, que fazem por manter tão opaca quanto possível!

O livro sugerido por um dos jornalistas, que mais tem denunciado a verdadeira natureza do Chega, merece atenção. Porque o passado continua a dar-nos pistas significativas sobre o que acontece no presente. E não podemos esquecer esse banditismo em que se colocavam bombas assassinas nos carros de quem pretendia mudar o país para melhor. Como era o caso do padre Max, cujos assassinos nunca foram levados à justiça.

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