quinta-feira, 15 de junho de 2023

Entre a cobardia e a coragem

 

Enquanto os últimos atos da Comissão Parlamentar sobre a TAP suscitam os últimos sobressaltos e acabam ingloriamente no caixote do lixo da História sem mais efeitos colaterais, ainda vale a pena retomar os ecos da versão intramuros da comemoração do Dia de Portugal para anotar o consenso quase universal na censura aos cartazes ostentados contra António Costa naquele que terá sido um certeiro tiro dos professores nos próprios pés. Por muito que os prosélitos do Observador, e seus próximos, se tenham esforçado por negar o óbvio, eles mereceram repúdio por serem racistas e expressarem o ódio de alguns professores incapazes de reconhecerem os direitos e rendimentos, que ganharam durante a recente negociação.

Avulta ainda a cobardia de Marcelo Rebelo de Sousa a desdizer o que efetivamente disse nas suas elucubrações botânicas, mais uma vez confirmando-se a tendência para atirar achas para a fogueira e, depois, pôr-se de lado a vê-la a arder com a falsa candura de quem para ela não atirara uma palha. E, ao mesmo tempo, a coragem de António Costa e João Galamba, comparecendo juntos à cerimónia, na atitude de nada deverem a quem quer que seja. Mesmo cientes dos insultos e desconsiderações a que se sujeitavam.

Enquanto um confirmou as piores, mas bem conhecidas, características do seu feitio, os dois governantes reiteram a determinação em seguirem por diante com o que deles se espera: a determinação para cumprirem o programa para que foram eleitos com maioria absoluta.

Sem comentários:

Enviar um comentário