As temperaturas aquecem e as notícias privilegiam os temas associáveis à condição apalermada da estação, ora versando danos menores - um jogo de futebol em Budapeste ou a breve guerra de alecrim e manjerona na Rússia -, ora com mortes justificativas de constatações redundantes sobre as que merecem relevância mediática (as dos turistas do submersível «Titan») em relação às bem mais numerosas e anónimas ocorridas ao largo da Grécia e das Canárias..
Em tempos idos os jornais e revistas espicaçavam os interesses dos banhistas optando por sexo nas capas, que estimulavam a curiosidade voyeurista de quem não se livrara dos preconceitos herdados da manipulação judaico-cristã.
Quase dá para ter saudade desse tempo em que a imprensa anunciava inocentes modelos de satisfação sexual, que nos desligavam das pequenas e grandes tragédias de então.
Eram parvas? Eram pois! Mas davam-nos merecido descanso das inquietações, que terão de ser agarradas com outra profundidade e desenvoltura, quando temperaturas mais amenas nos derem menos vontade de arrefecermos os corpos nas águas atlânticas.
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