segunda-feira, 1 de novembro de 2021

1X2

 

1. Otimista na razão e superotimista  na vontade, vi-me devolvido à bem mais equilibrada versão de Gramsci agora que  a dita  Geringonça se finou. Olhando para o futuro próximo, e tendo em conta todas as variáveis, vejo-me na pose do apostador do totobola, que escolhe 1X2 para a questão de saber quem sairá vencedor da pugna eleitoral do início do ano. É certo que  o PSD anda transformado num saco de gatos e que o CDS implodiu já só faltando cuidar-lhe do funeral. Ou que não seja difícil prever o Bloco e a CDU penalizados da incompreensível estratégia concluída na semana transata. Talvez o PAN beneficie com isso e se torne parceiro bastante para que o tal governo reforçado, pedido por António Costa, se viabilize, mas até o próprio Marcelo ter-se-á precipitado quando prometeu a dissolução da Assembleia quando nada o obrigaria a tal.

Do ponto de vista exclusivamente político estão-nos prometidas semanas interessantes, quer para aferir como as direitas irão gerir uma situação para que não estavam preparadas e as esquerdas  antigoverno justificarão a evidência de haver quem, em janeiro, começaria a colher rendimentos acrescidos aos que já hoje detêm, e os passa a ver por um canudo. Aquilo que não se lhes poderá perdoar será o terem precipitado a hipótese de ver a extrema-direita fascista a tornar-se na terceira maior força parlamentar. Esse é o mais inquietante resultado que Catarina Martins e Jerónimo de Sousa terão possibilitado ao comungarem com André Ventura da decisão de se levantarem quando se tratou de chumbarem o Orçamento para 2022.

2. Sobre o Serviço Nacional de Saúde têm-se acumulado notícias negativas, exploradas ruidosamente pela Ordem os Médicos e pelo sindicato do antigo candidato do PSD à Câmara da Amadora.  Difícil será encontrar na imprensa aqueles que são os sinais positivos sobre a atividade dos últimos nove meses em todo o país: 453 457 cirurgias, que batem o record até agora registado desde que o indicador passou a ser objeto de análise no Portal oficial destinado a dar esse tipo de informação. E mais de 9,2 milhões de consultas, o que, em si mesmas, são mais 0,88% do que as registadas em 2019, ou seja antes da pandemia.

Quem disse que, na saúde, tudo vai de mal a pior?

Sem comentários:

Enviar um comentário