Ouvindo-se Jerónimo de Sousa ou Catarina Martins o argumento é sempre o mesmo: em vez de apontarem baterias às direitas, que deveriam ser o seu principal adversário, fazem do Partido Socialista o alvo prioritário repetindo até à náusea o inalterado argumento, que não vejo como poderá ser suportável até às vésperas das eleições.
Em boa consciência não acredito que comunistas e bloquistas quisessem mesmo eleições nesta altura e assim o demonstraram Domingos Abrantes e Francisco Louçã na reunião do Conselho de Estado. Mas temiam que o PS chegasse às eleições de 2023 com argumentos bastantes para - via sucessos de implementação do PRR - alcançar a maioria absoluta remetendo-os à irrelevância a partir daí. Qual jogador de poker, que tem cartas pífias, mas quer sugerir uma das mais valorosas mãos, tentaram ganhar ascendente em batalhas, que lhes servissem de bandeiras: uns com um salário mínimo, que poria os patrões das PME’s a ferro-e-fogo, os outros com a exclusividade dos profissionais do SNS e os contratos sem termo para os precários.
Julgavam uns e outros que não podendo dispensar a oportunidade de colher os dividendos políticos dos investimentos do PRR, António Costa cederia em toda a linha e afastar-se-ia do guião das contas certas, que sempre foi o seu desde 2015. No fim-de-semana anterior à votação ficaram, subitamente, sozinhos à mesa das negociações onde se entendiam capazes de vergar o outro lado. Porque os socialistas terão percebido que a repetição dos ex-parceiros ao lado das direitas iria pesar-lhes significativamente no desfavor do eleitorado. Porventura facilitando a tal maioria reforçada, que Costa logo pediu na ocasião.
Lamente-se que uns e outros tenham facilitado a afirmação do Chega como fenómeno político, que vem para ficar, mas a prova de fogo da realidade na próxima legislatura demonstrará o quão medíocre é Ventura quando acossado no seu labirinto. Por ora fica a curiosidade de aferir como Jerónimo e Catarina conseguirão superar o seu próprio enleio: o de não terem argumentos alternativos ao atualmente glosado até à náusea para justificarem os palpos de aranha em que se veem.
Os ditos defensores dos trabalhadores e dos mais desprotegidos, deram um tiro nos pés, agredindo ao mesmo tempo os pobres e trabalhadores, que sempre acreditaram na verdadeira ideologia do PCP, mas na realidade ficaram, não desiludidos, mas sim completamente desapontados e traidos pelo partido que tanto gostava faladura em defesa dos trabalhadores. Conclusão; estes partidos, em nada são iguais dos da direita, apenas estão preocupados com os próprios interesses partidários e de seus correligionários.
ResponderEliminarSó se ataca o PS Porque o PS diz-se Socialista e não o é,Meteu o Socialismo na Gaveta e nunca o vai tirar de lá
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