Não é só por ter um passado marítimo, que defendo a exploração das riquezas da nossa Zona Económica Exclusiva, pela qual o Governo de José Sócrates tanto batalhou.
Há dias, o Nicolau Santos escreveu um texto no Expresso, com o qual estou completamente de acordo. Por isso justifica-se aqui a sua transcrição, que fundamenta toda uma política orientada para o crescimento completamente oposta à seguida pelo actual Governo:
As élites portuguesas insistem que somos uma economia pequena, pobre, periférica, aberta ao exterior. Tudo mentira.
O grau de abertura ao exterior é praticamente o mesmo desde os anos 70: um pouco mais de 30%.
A periferia só existe no quadro do continente europeu. Se mudarmos o ângulo de visão, estamos num ponto estratégico do Atlântico.
E uma economia pequena e pobre só somos se ignorarmos a imensa riqueza que temos diante dos olhos.
Se Bruxelas aceitar a extensão da nossa Zona Económica Exclusiva, passamos a ter um território marítimo do tamanho da Índia sob nossa jurisdição.
Precisamos de mapear as suas riquezas e colocá-las ao serviço do nosso desenvolvimento.
É provável que existam reservas de gás natural no Algarve, de petróleo na costa oeste, a maior mancha de sulfuretos polimetálicos do mundo a sul dos Açores, crostas de níquel, cobalto, ferro e magnésio.
E o novo canal do Panamá, os navios megacontentores que não podem transitar pelo Suez e a pirataria no Corno de África colocam Portugal no centro dos fluxos comerciais que marcarão o ressurgimento do Oceano Atlântico no século XXI,
Haja visão estratégica, vontade política e talento para aproveitar esta formidável oportunidade.
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