Há muito que defendo a necessidade de se remunerarem devidamente os políticos do nosso regime como forma de atrair a essa nobre actividade cívica os melhores de entre os melhores, em vez de contar com quem não encontra melhores condições de futuro na actividade privada. E, no entanto, continuo a receber mails de quem alinha nas campanhas demagógicas contra os políticos olhando para as respectivas folhas de ordenados em vez de se darem ao trabalho de conjecturarem porque é que eles não serão tão bons quanto parecem exigir.
Sem esquecer que esses paladinos da ética política são os primeiros a darem o exemplo da completa abstinência de acção ao nunca arriscarem a mínima militância num qualquer dos partidos com que se identifiquem.
Hoje em dia, técnicos respeitados que olhem para o caso de Teixeira dos Santos, que prescindiu de carreira muito mais confortável e melhor remunerada para cumprir um verdadeiro serviço cívico ao país e acabou enxovalhados por um coro de medíocres, olharão com crescente desconfiança para a possibilidade de virem a comprometerem-se com as tarefas da governação.
É por isso que, a quem é cúmplice dessas campanhas populistas, convirá recordar um elucidativo ditado anglo-saxónico: quando se paga com amendoins, o que se consegue é contratar macacos.
Será isso o que queremos para o nosso país?
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