De todos os debates previstos para estas legislativas, o confronto com Paulo Portas adivinhava-se que viesse a ser o mais difícil para José Sócrates. É que se há políticos hábeis na forma como criam sound bytes e manipulam factos, o líder do CDS-PP é um deles.
Afinal, a montanha pariu um rato: Sócrates derrubou completamente o discurso do adversário, primeiro pela sua postura (olhando-o olhos nos olhos e, no final, dirigindo-se directamente para as câmaras, quando se tratou de passar uma mensagem final para os espectadores), e depois por aquele momento emblemático em que mostra uma pasta completamente vazia a simbolizar o programa político do adversário. Esse vazio de propostas incomodou seriamente Paulo Portas, que não disfarçou o agastamento ao fugir continuamente ao olhar do antagonista.
O que ressaltou deste frente-a-frente foi o traquejo inigualável do primeiro-ministro face a quem continua sem conseguir explicar porque provocou a crise política ao rejeitar um PEC ulteriormente aceite face à troika.
E, paralelamente, todas as sondagens vão demonstrando o que já se adivinhava: á medida que se aproxima a data das eleições, o PS vai subindo e o PSD descendo.
O que torna muito provável a possibilidade de, depois de já ter conhecido seis presidentes laranjas, José Sócrates não esteja muito longe de ser apresentado ao seguinte!
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