A crónica de Miguel de Sousa Tavares desta semana volta a ser elucidativa em relação a muito do que se vai passando a nível político. Entre as suas considerações recorda que governos anteriores aos de Sócrates também contribuíram para o défice a que chegámos, apontando para os casos concretos de dois acérrimos opositores do primeiro-ministro: Pina Moura, por exemplo, «ofereceu» aos contribuintes o Autódromo do Estoril. E Manuela Ferreira Leite inventou os 3% de défice criativo, vendendo a um banco e à consignação créditos fiscais do Estado, integrando como receita os fundos de pensões dos CTT de que se apropriou, vendendo ao desbarato à Brisa trinta anos de portagens da CREL, antecipando receitas do ano seguinte e protelando despesas, além de cultivar também a tão criticada desorçamentação (cuja proibição, agora, imposta por Bruxelas, serviu para o PSD acusar o Governo de ter deixado o défice de 2010 em 9,1 e não nos anunciados 6,8%).
Provavelmente, porque não se deixam enganar pela demagogia da oposição, o eleitorado reflecte nas sondagens um apoio progressivamente crescente ao Partido Socialista, como se confirmam nos banhos de multidão por que passou José Sócrates neste fim-de-semana em que viajou pelo norte do país.
O que deverá estar a enervar bastante os estrategas do PSD.
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