É claro que teria gostado muito mais de uma clara vitória de José Sócrates no debate de ontem com Passos Coelho.
Nas últimas semanas a aproximação do PS ao PSD nas sondagens vinha a verificar-se a tal ritmo, que bastaria um grão de asa como o seria um sucesso evidente nesta ocasião para a tendência se tornar ainda mais contundente.
Depois de se ter verificado o empate, que dá aos apoiantes de Passos a sensação de vitória, ainda estou longe de hipotecar a esperança numa vitória eleitoral, que evite a deriva ultraliberal prometida por esta direcção laranja. Mas, confesso ter ficado algo esmorecido na convicção com que andava a bradar aos quatro ventos a vitória garantida de José Sócrates.
E, no entanto, muito embora, o seu opositor tenha estado muito melhor do que até aí se tinha verificado nos demais debates, José Sócrates só se poderá culpar a si próprio, porque foi muito mais o animal feroz do que o calmo e sibilino arguente, que deveria te sido.
Um bom exemplo do comportamento, que deveria ter sido o seu, foi demonstrado pelo admirável Augusto Santos Silva no programa «Expresso da Meia-Noite» quando, com um domínio imperturbável da sua expressão, estraçalhou a argumentação oposta proveniente de Miguel Macedo e de Carlos Moedas.
Estivesse estado Sócrates a esse nível e a história das próximas eleições teria começado a ser ditada a seu favor a partir de agora, Assim, terá de manter um enorme esforço de persuasão nestes quinze dias, que faltam para que muito do nosso futuro fique definido...
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