Será justa a crítica de Pedro Passos Coelho ao Programa das Novas Oportunidades através do qual tantos portugueses têm reencontrado o caminho da aquisição de novos conhecimentos?
Não o é, e como muito bem realçou o Partido Socialista, o que o PSD fez foi insultar milhares de portugueses, que viram nesse programa a possibilidade de ganharem auto-estima e sentirem capacidades para poderem ir mais longe.
Ao condenar um modelo, que o estudo da Universidade Católica, dirigido por Roberto Carneiro, elogiou, o PSD está, afinal, a confirmar a forma como vê a sociedade: existem as elites dotadas de todos os direitos e benefícios, e depois há que marginalizar a enorme massa de pessoas, que não puderam ou não quiseram estudar e se viram condenadas a percursos sociais bastante desfavorecidos.
O que o programa das Novas Oportunidades veio abrir foi a possibilidade destes últimos reagirem a um determinismo, que os cinge à mediocridade das possibilidades de realização pessoal e profissional, que se lhes abrem.
Quantos aproveitaram para certificar as suas indesmentíveis competências e decidiram, a seguir, partir para objectivos ainda mais ambiciosos?
Uma vez mais, Passos Coelho dá um tiro no pé. Porque é apanágio dos que ascendem socialmente adoptarem perspectivas políticas conservadoras. Ao estigmatizá-los, Passos está a perdê-los para o seu lado da trincheira.
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