O que de sentido de Estado se pode esperar de um eventual Governo do PSD liderado por Passos Coelho ficou bem evidenciado na recusa dos seus negociadores aparecerem formalmente numa cerimónia de assinatura do acordo com o Governo para a aprovação do Orçamento de Estado para 2011.
Mais preocupado com a política politiqueira do que com os interesses do Estado, o PSD prefere passar uma imagem de descomprometimento junto do eleitorado, quando está de facto a validar um documento primordial para o que será a vida dos portugueses nos próximos meses.
Em vez de dar para os mercados financeiros a imagem necessária de um país aonde as principais forças políticas conjugam esforços para superar as suas momentâneas dificuldades, a mensagem transmitida pelo maior partido de oposição foi a de uma volatilidade passível de gerar novas crises a curto prazo. Mesmo que isso traga consequências gravosas para a vida futura dos cidadãos...
É que da forma como esses mercados se estão a comportar, o mais provável será manter-se uma pressão muito forte a nível de taxas de juro ou mesmo de disponibilização de créditos de que o país necessita para não entrar em colapso.
Mas já se viu que a estratégia do PSD será a de ascender ao poder numa altura em que as circunstâncias para que está a ajudar a criar obriguem à vinda em força do FMI e que cavalgue o álibi de ser obrigado por esta organização a tomar as medidas ainda mais duras do que as actualmente consideradas sob o argumento de nada ter contribuído para tal estado das coisas. Aproveitaria, então, para complementar o rigorosíssimo pacote de medidas «impostas» com todas as de destruição do Estado Social, que tanto execra…
Compreende-se, assim, a razão que motivou a recusa de uma fotografia de acordo com o Governo, cuja acção só deseja sabotar. Ao acusar o PS de só pensar na forma de se manter no poder, o PSD imita o bom julgador, que bem sabe do que é capaz...
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