quarta-feira, 31 de janeiro de 2024

Opacas transparências

 

Um logro  é o que se pode associar quase sempre aos paladinos da Transparência.

Um bom exemplo disso é a notícia sobre a colocação de Portugal num lisonjeiro 61º lugar entre 180 países do mundo quanto à perceção da corrupção pelos seus cidadãos.

Existe sim uma mistificação desta realidade a partir de grandes casos que, quase sempre, - veja-se aquele que fez cair o governo de António Costa! - parecem redundar no ulterior e previsível arquivamento. Com a sua estratégia de se converterem em atores políticos, em manifesta inversão do conceito de separação de poderes, uns quantos procuradores da República têm contribuído significativamente para o favorecimento da extrema-direita, levando-nos a questionar até que ponto, além de se pressentir a sua infiltração noutras áreas da Administração Pública, essa ideologia política não assentou ali arraiais.

Graças aos tabloides e às suas televisões associadas! - que são altifalantes prestáveis do justicialismo crescente do ministério público e ferramenta importante no empolamento do Chega - criou-se uma falsa perceção pública sobre a corrupção.

Invocando números do Eurobarómetro, citados por Ricardo Paes Mamede, os portugueses são dos povos europeus que mais acham existir corrupção à sua volta, mas ficam nos últimos lugares, quando instados a darem exemplos concretos de situações, que tenham efetivamente vivenciado.  O que confirma o óbvio: embora problema importante a ser combatido democraticamente (mas não pelos que dele fazem pasto para o seu oportunismo demagógico) a corrupção está muito longe de ser o maior obstáculo à melhoria da qualidade de vida dos portugueses.

1 comentário:

  1. Pois...Macau/Mateus, Portas/submarinos, PSD/BPN, o Grande 44, fora os mais recentes. Tudo fogo de vista? O melhor é não falar?

    Isto da roubalheira strictu sensu. Se se acrescentar o nepotismo.

    Depois admiram-se do Chega. Ui ui! É fascista! Nesse não. Continuem que vão por bom caminho.

    ResponderEliminar