Poderíamos abordar outros indicadores eloquentes - quantos portugueses sem médico de família? quantas vezes as urgências dos hospitais públicas têm fechado as portas ? quantos alunos sem aulas? quantas pessoas sem meios para terem uma casa digna? - mas é o desta semana sobre o número de despedimentos coletivos em 2024 (mais de 400) e de quantos trabalhadores foram por eles afetados (mais de 5500), que vale a pena tomar como exemplo do ROTUNDO falhanço deste (des)governo.
Indiferente ao problema efetivo de tanta gente angustiada com a falta de perspetivas futuras, Montenegro & Cª parecem confiar na tal “mão invisível”, que tudo resolveria num passe de mágica. O alheamento quanto a essa realidade é a demonstração da falta de estratégia para corresponder aos grandes problemas da economia, que tendem a agravar-se com a guerra de taxas alfandegárias lançada em breve pela administração Trump.
No entretanto o ainda primeiro-ministro vai acusando os opositores de radicais vendo-se como o moderado, que é “qualidade” falaciosa para esconder a sua verdadeira natureza: a mediocridade de quem só sabe navegar à vista e nela recorre às habilidades de um tacticista sem qualquer visão para a nova fase do capitalismo, que a sua condução pelos oligarcas donos dos algoritmos, anuncia.
No entretanto surpreende a irresponsabilidade de parte da juventude, que cola-se à extrema-direita fascista ou à ultraliberal por nela imaginar-se bafejada por oportunidades de carreira, helas frustrada pela quase exclusiva oferta de oportunidades de emprego precárias e mal pagas.
Paradoxal é ser essa juventude quem deparará com um mundo cada vez mais distópico do ponto de vista climático e para o qual vão falhando todas as soluções tecnológicas dadas como passíveis de limitar o aquecimento global. Ela ainda não entendeu quanto o inferno anunciado está ligado à nefasta sobrevivência deste capitalismo definitivamente desumanizado...
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