É claro que até podemos a deparar com uma distopia apocalítica ao jeito dos filmes de Mad Max, mas prefiro acreditar na capacidade congénita do ser humano em assegurar as melhores hipóteses da sua sobrevivência. Isso significará o fim da sociedade do consumo, que fundamenta a exploração capitalista, e a distribuição racionalizada dos recursos existentes, mormente identificando, e partilhando igualitariamente, o trabalho disponível.
Torna-se urgente a criação de uma economia sustentável em que a educação e a cultura ganhem merecida relevância para inculcar nos cidadãos o imperativo de participarem ativamente nas decisões coletivas, dispensando-se de messias, ou pais dos povos predispostos a por eles pensarem.
No momento atual estamos a ser empurrados para um sinistro abismo pelos que continuam a defender um tipo de sociedade desigual, com as injustiças a alimentarem-se dos vários preconceitos. Como dizia Antonio Gramsci é fácil constatarmos quanto esta sociedade caduca está a morrer faltando emergir a de tipo novo, que a ela substituirá. Por ora vamos tropeçando passo a passo nos sintomas mórbidos deste presente, que insatisfaz (os populismos das extremas-direitas, a acumulação de capital por oligarcas ligados às novas tecnologias), cientes da inevitabilidade de, enfim, chegar esse tão esperado Godot, redenção ateia contra todas as mitologias com que se têm agrilhoaram os explorados desde a Antiguidade...
Sem comentários:
Enviar um comentário