Os últimos dias têm sido fartos em demonstrações patéticas de ministros a contas com promessas feitas, e não cumpridas, bem como o seu desnorte perante os problemas para que não vislumbram soluções.
Na Saúde, na Educação, na Justiça, os titulares não revelam a convicção de terem competência para corrigirem dinâmicas disruptivas, que eram empoladas nos governos socialistas como efeito da sua ineficácia, mas agora que crescem como bolas de neve, os ameaçam levar consigo e sem mitigarem os graves danos da sua passagem pelo setor.
Qualquer desses ministros terá satisfeito o ego e, porventura, telefonado aos pais a contarem o acesso ao poleiro - uma conhecida tradição no PSD! - mas deverão estar a contas com a confirmação de como não lhes bastam os preconceitos ideológicos para terem uma “saída limpa” das respetivas funções.
Nos governos anteriores os problemas surgiam - alguns com as dimensões dos incêndios de 2017, da pandemia do covid ou da guerra na Ucrânia - mas sobrava a ideia de se estabelecerem estratégias para os portugueses serem poupados aos seus efeitos mais gravosos. E até beneficiarem com soluções de médio e longo prazo.
Com este (des)governo sucede o contrário: funciona o navegar à vista com os ventos adversos a ameaçarem progressivas derivas para os encalhes nas pedras da costa. O sucedido na prisão de Vale de Judeus, com o comprometedor silêncio dos dias seguintes, só confirma essas suspeições.
Fica, porém, o mais grave: o aproveitamento do caos na Saúde para entregar o SNS aos interesses privados, que os vão sugar dos recursos necessários para o formatar de acordo com o que para ele gizaram António Arnaut e João Semedo.
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