Há muito que concluí das vantagens de ler, ver ou ouvir o que dizem os comentadores insuspeitos de simpatias pelas esquerdas para aferir do seu estado de alma em relação a um tipo de governo, que os deveria exaltar ou, pelo menos, ir ao encontro das suas simpatias.
Por exemplo no diário do grupo Sonae o seu diretor lavra hoje um editorial elucidativo sobre Montenegro: “O primeiro-ministro optou pelo caminho mais fácil e no final do Conselho de Ministros de anteontem decidiu agitar o espantalho dos “interesses particulares” e da existência de “coincidências a mais” para prometer mão pesada para os criminosos. Logo ele que, enquanto líder da oposição, acusou o anterior executivo de “tentar desresponsabilizar-se” por tudo o que corria mal no combate aos incêndios. (...)
Há ainda outra coisa que também pode explicar este desacerto do primeiro-ministro com a realidade. A noção de que o tempo em que podia atirar as responsabilidades para os que o antecederam está mesmo a acabar.”
Verdade lapidar esta: depois de quererem iludir as respetivas incompetências com a alusão à “herança” anterior e a apresentação de planos mais ou menos mistificatórios sobre quanto projetam fazer a médio e longo prazo - como se fosse esse o seu prazo de validade nas funções! - deparam com o banho de realidade, que denunciará progressivamente as suas limitações.
Que o diga o ministro das Finanças ao reconhecer-se incapaz de cumprir o prazo de 20 de setembro para entregar o plano orçamental a Bruxelas. É que, depois do regabofe dos acordos com os vários interesses corporativos e das expetativas atiradas aos grandes grupos económicos e aos jovens mais bem remunerados, como manter o imperativo das contas certas?
Os incêndios, na sua dramática expressão, acabaram por dar o ensejo a Montenegro para adiar, por mais algumas semanas, a revelação, que sairá de um orçamento assaz diferente do expetável com António Costa. Mas isso foi o que desejaram Marcelo, os procuradores de Lucília Gago e os vários interesses, que encontraram a estratégia eficaz para interromper um rumo, que custará a retomar. Mas que será certo, quando terminar este lamentável hiato.
Será que esse Pantomineiro e o selfies, já se esqueceram ,de quando os incêndios de Pedrógão? Quando nada mais sabiam dizer, senão exigir a extinção da Srª M.A.I . E agora? Seus calhordas ,a Srª M.A.I já não tem qualquer responsabilidade ?
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