segunda-feira, 17 de julho de 2023

Não foi propriamente um refresco

 

Inquietantes os sinais dados pelo ministério público e pela PSP na semana transata quando, apesar de estar a usufruir em pleno a família vinda da diáspora, não pude ignorar o significado das notícias de abertura dos telejornais. A começar pelas buscas à casa de Rui Rio e das sedes do PSD, que não justificaram a ideia de pimenta em olhos alheios constituírem um refresco para quem por ela não se vê, de imediato, atingido.

A ação dos procuradores e da Polícia Judiciária indiciou a intenção óbvia de quem a promoveu: pôr em causa todos os partidos como se fossem iguais na satisfação da cupidez dos seus dirigentes. E teve José Sócrates total razão, quando denunciou como único crime nela patente o de existirem jornalistas à porta do ex-líder laranja quando, às sete da manhã, lhe tocaram à campainha.

Uma vez mais os procuradores criaram um show mediáticos em proveito da sua agenda ideológica, distraindo-se da efetiva missão de mostrarem resultados concretos na luta contra a corrupção. Porque a sua inabilidade e ineficiência leva-os a deixarem prescrever os que tinham sugerido facílimos de comprovar.

Mal esteve igualmente o ministro José Luís Carneiro, que quis secundar a sanha censória do diretor nacional da PSP, na ofensa com um cartoon da RTP sobre o racismo dos colegas franceses. Será que, como alguns aventam, o ministro tem medo de quem tutela e, por isso, foi ao ponto de pressionar a administração da televisão pública para condicionar a liberdade de imprensa dos seus jornalistas?

O caso serviu, porém, para confirmar as afinidades eletivas entre Luis Montenegro e o Chega, demonstrando que a oportunidade fará o ladrão e, a exemplo da direita espanhola, estará iminente a publicação dos banhos sobre o previsível casamento.

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