quarta-feira, 19 de julho de 2023

Entorses opinativas e estudos sérios

 

1. Quase em simultâneo conheceu-se uma sondagem da Universidade Católica e um estudo do Instituto para as Políticas públicas do ISCTE, que não podiam ser mais contraditórios nos propósitos e conclusões. 

A encomenda feita à Universidade Católica - já em si uma opção ideológica evidente! - tinha subjacentes as conclusões, que pretendia ratificar: jornais, rádios e televisões manipulam as informações semanas a fio e, depois, tentam credibilizá-las como se constituíssem o verdadeiro pulsar da opinião pública. Um clássico, quando se pretende condicionar o pensamento coletivo na direção pretendida pelos que pretendem ser seus fraudulentos guardiões.

O estudo do ISCTE é o contrário do que se propõe na sondagem: estuda-se aprofundadamente a realidade económica e social do país e defende-se a intervenção do Estado para solucionar desafios estruturais nas áreas dela mais candentes: a habitação, a justiça, a saúde e a educação.

A sondagem da Católica é um mero fait divers estival enquanto o estudo do ISCTE reitera as orientações para que devem ser canalizadas as políticas públicas.

2. O Bloco e o PAN apresentaram propostas para garantir que haja maior representação feminina na composição do elenco do Tribunal Constitucional.

Para qualquer socialista digno desse nome elas deveriam merecer pronto apoio. Mas alguns deputados, como Sérgio Sousa Pinto ou Marcos Perestrello confessaram-se seus tenazes opositores. Caso para perguntar sobre o que andam ainda a fazer nessa bancada parlamentar, quando o seu pensamento se enquadra no dos partidos das direitas?

3. Nada me diz o tipo de música criada pelos artistas, que ensaiavam e tinham sede no centro comercial STOP. Mas não deixa de ser vergonhosa a atitude de Rui Moreira e sua equipa à frente da Câmara do Porto, quando se trata da defesa dos interesses dos especuladores imobiliários de que são diligentes provedores.

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