Na Líbia os combates entre apoiantes e adversários do coronel Kadhafi eternizam-se de pouco valendo o apoio da CIA e da NATO aos rebeldes. Ao mesmo tempo que, no Afeganistão, funcionários da ONU são chacinados por turbas de fanáticos islâmicos.
Uma vez mais o Ocidente parece estar a perder o fôlego aonde nunca deveria permitir que isso ocorresse, enquanto dá força a movimentos contra ditadores pouco simpáticos para com alguns dos seus baralhados intelectuais de opereta (o tenebroso Bernard Henri Lévy), mas abrindo campo a outros fanáticos islâmicos ali controlados.
As piores consequências destas «revoluções» poderão advir para as mulheres: não era por acaso que elas ocorreram nos países aonde possuíam mais direitos face à misoginia promovida pela visão preconceituosa facultada pela religião muçulmana.
Em linha com a minha própria perspectiva sobre o assunto, escrevia hoje Paulo Varela Gomes no «Público»:
Na Tunísia, Egipto, Líbia, Síria, as mulheres têm ou tinham uma presença social incomparavelmente mais alargada do que noutros países muçulmanos. Convirá recordar o que sucedeu no Iraque onde o derrube da ditadura de Saddam Hussein representou o regresso à escravização de muitas, se não da maioria das mulheres. (…)
É bem possível que tudo tenha ficado muito pior para as mulheres do Egipto e da Líbia, como ficou para as do Iraque. As malhas que a liberdade tece podem ser também as grilhetas da tirania.
Sem comentários:
Enviar um comentário