São duas as principais consequências da aplicação das receitas neoliberais, que não tardarão a ser aplicadas em Portugal por parte do FMI: a regressão social e a exploração laboral.
Os principais direitos adquiridos com o 25 de Abril e com a entrada na União Europeia (saúde, educação) serão seriamente postos em causa, ao mesmo tempo que, quem trabalha, viverá continuamente subordinado à precarização já conhecida por quem já fez dos recibos verdes um modo de vida.
No «Le Monde Diplomatique», Sandra Monteiro alerta para o que pressupõe esse neoliberalismo levado à prática: esse programa, que constrói sociedades cada vez mais marcadas por desigualdades económicas (…) é indissociável de um processo de financeirização das economias no âmbito do qual os Estados desistiram do controlo político dos mercados e aceitaram ser seus dependentes.
No mesmo dia em que os islandeses referendaram a recusa em pagar, através dos seus impostos, as aventuras dos seus banqueiros, agora traduzidas em dívidas aos estados britânico e holandês (que se substituíram aos privados, que as começaram por financiar) talvez venhamos a ter de incensar essa atitude rebeldia perante os ditames desse poder financeiro e que oxalá possa prenunciar uma revolução mais ambiciosa em que o capital venha, enfim, a ser derrubado enquanto abstracção criminosa culpada de tanta infelicidade humana.
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