Na sua participação no Festival de Literatura em Viagem, o escritor Luís Sepúlveda explicou a quem o ouviu as razões porque deveremos evitar o salmão chileno na nossa ementa.
O relato é extraído do artigo, que a jornalista Isabel Coutinho conta na edição de ontem do «Público»:
O Chile é o primeiro exportador de salmão e para produzir um quilo é preciso pescar dez quilos de outros peixes. Não importa a qualidade, o tamanho - desde a pequena sardinha até aos golfinhos, todos acabam transformados em alimento para os almões.
A essa comida juntam uma enorme quantidade de químicos para que os salmões cresçam rapidamente e a sua carne não se deteriore. Desde corantes artificiais, para que fiquem com uma cor rosa apetitosa, até hormonas, para que cresçam mais depressa. (…) O excesso de produção dos salmões é deitado simplesmente ao mar e as empresas que fabricam o salmão pertencem todas a grandes consórcios estrangeiros, fundamentalmente empresas japonesas e espanholas, que têm uma licença de pesca gratuita sem limite, sem quota para a quantidade de peixe pescado.
Resta acrescentar que Luís Sepúlveda constatou essa realidade na sua mais recente visita ao arquipélago de Chiloé na Terra do Fogo, que conhecera outrora como imensamente rico em peixe, e agora se lhe apresentou rapado por tal depredação gananciosa. Um exemplo mais de quanto o capitalismo é um sistema criminoso, que urge derrubar...
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