segunda-feira, 19 de maio de 2025

Um momento de apneia até ao próximo fôlego

 

São poucas as vantagens da idade avançada, mas uma delas é a convicção de já ter passado por muitas vicissitudes e todas elas apontarem para a efemeridade do que se vive.

Chegámos a uma situação em que, no mundo em geral, e Portugal em particular, as direitas ganham primazia significativa sobre as exaustas esquerdas? Sim, é verdade! Mas longe vão os tempos em que vivi enormes deceções causadas por acontecimentos, que pareciam vir a ter consequências complicadas na nossa vida quotidiana. E alguns tiveram-nas de facto!

Agora as emoções já não me perturbam num ou noutro sentido: relativizo cada vitória e cada derrota com a certeza de nenhuma delas vir a ser definitiva. Não há fins na História porque, até mesmo se o planeta sufocar com carbono a mais e recursos a menos, ele continuará a vogar pelos espaços siderais com mais ou menos seres vivos, humanos ou não.

Atrás de tempos, tempos vêm, e os de tristeza alternam com os de alegria capazes de devolverem as mais inauditas esperanças.

Estamos na cava entre duas ondas, uma que quase nos submergiu, e as que vêm a seguir e podem ser bem mais bonançosas.

Numa delas - tão próxima quanto possível - até voltaremos a subir para a prancha e, garbosamente verticalizados, deslizaremos para onde a margem prometa mais aprazível chegada.

Até a noite mais escura comporta a janela iluminada por onde haveremos de passar...

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