sábado, 7 de outubro de 2023

Ruído, falta de escrúpulos e baronatos

 

1. É normal que Marcelo tentasse cavalgar a realidade pedindo “reformas a sério” contra a “inércia” e para evitar “pântanos”, quando discursou nas comemorações do 5 de outubro. Mas, como não sabe dizer no que consistem essas ditas reformas - nunca para tal teve talento e muito menos imaginação! - continua a encher-nos o quotidiano de palavroso ruído tanto mais que se vê acompanhado pelo coro comentadeiro, igualmente falho de ideias ou  criatividade.

E, no entanto, os problemas na habitação, na saúde ou na educação, deveriam estar a merecer do governo algumas soluções eficientes, que justificassem a confiança nele depositada desde 2015. O que não está a suceder! E não nos serve de consolo pensar que as oposições fariam muito pior porque, na hora de darem conta do desconsolo, muitos irão, imprudentemente, dar-lhes o voto, incapazes de perceberem quão inocentes são ao confiarem-se à sua degola.

2. A personagem Moedas é-me repulsiva em tudo quanto engendra para pôr-se em bicos de pés e mostrar estatura, que, decididamente, não é a sua. A ideia de aproveitar-se do 25 de novembro para projetar-se como putativa esperança das direitas voltarem a ter consigo o tão cobiçado pote só demonstra a falta de escrúpulos de um filho de comunista, que dá razão à tese de serem ainda piores os que renegaram as crenças utópicas e se fizeram expeditas marionetas dos interesses contrários.

3. Republicano, laico e socialista, execro desfiles de vaidades como o que hoje oficializará o concubinato da dita infanta com um advogado especialista em defender os interesses dos que investem nas bolsas e outros artifícios financeiros para acumularem riqueza sem nada de útil produzirem.

Porque, infelizmente, nem a televisão pública se exime de promover esse tipo de festanças, melhor valerá ir passear e não ligar ao que o pequeno ecrã mostrará. É que não vá o Pio e sua Herédia arranjarem maneira de fazerem barão a quem deles se aproximar, nem que seja mediaticamente...

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