Dia 24/1 na arte às 19.35
PRÊT À JETER
de Cosima Dannoritzer (2010)
Nos países ocidentais, confrontamo-nos com os produtos de baixa qualidade cuja substituição se torna frequente. Pelo contrário no Gana cresce a exasperação com os resíduos informáticos desembarcados em contentores.
Este aberrante modelo de crescimento, que incita a produzir sempre mais e a deitar fora não data de agora: na década de vinte do século transacto, foi criado um conceito temível, o da obsolescência programada.
«Um produto que não se gaste é uma tragédia para os negócios», lia-se em 1928 numa revista especializada.
Pouco a pouco, os engenheiros foram coagidos a criar produtos de desgaste rápido para aumentar os níveis de consumo.
«Nessa época, o desenvolvimento sustentável não figurava como prioridade.» recorda Warner Phillips, bisneto dos fundadores da marca com o mesmo nome. Mas, numa altura em que se vão esgotando os recursos do planeta, ainda nada mudou. «A lógica continua a ser a de crescer por crescer!», anota Serge Latouche, professor de economia em Paris.
Rodado em França, na Alemanha, em Espanha, no Gana e nos EUA e contando com riquíssimas imagens de arquivo e entrevistas e tendo por fio condutor o teste de uma impressora, esta demonstração minuciosa busca diversos exemplos de obsolescência programada e as suas repercussões.
Em causa, igualmente, outros modelos económicos: do decrescimento defendido por Latouche até à reciclagem intensiva a nível industrial. temos, assim, uma investigação interessante, justificativa de aprofundada reflexão.
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