domingo, 26 de dezembro de 2010

Resgatar a linguagem para vencer o conformismo


No «Nouvel Observateur» da primeira semana do mês, o cronista Jean Claude Guillebaud tem uma abordagem muito curiosa sobre a presente crise sofrida pelos povos europeus. Recorrendo ao poeta Friedrich Hölderlin, que olhava para as revoltas do seu tempo e constatava que os povos estavam sonolentos, mas o destino fizera com que não chegassem a adormecer, ele subscreve Wittgenstein quando este propunha que lutássemos contra a forma como a linguagem andava a enfeitiçar a nossa inteligência.
Essa linguagem tem a ver com o discurso verbal assumido pelos poderes políticos e mediáticos das nossas democracias, que procuram interiorizar um comportamento conformista em todos quantos têm tido razões de sobra para os combater.
A forma de resistir aos ditames dos mercados passa por resgatar a linguagem dessas fórmulas habilidosas com que se pretendem claroformizar os povos e devolver-lhe as palavras de ordem de rejeição deste insuportável estado das coisas.

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