Os nossos jornalistas, mesmo os que parecem reunir nos seus neurónios, maior tendência para a sensatez, caem amiúde na doença infantil destes tempos revoltos: o economicismo. Assim, a subdirectora do Jornal de Negócios, Helena Garrido, escreve hoje nas suas colunas:
Temos de ter uma economia mais parecida com o bambu - que se adapta, sem partir, às violentas tempestades dos tempos modernos - e muito menos igual a uma rígida coluna de cimento que insiste em não se ajustar, e assim se condena à destruição.
Está bem, podemos dar de barato esta tese. Mas fica a questão: então e as pessoas no meio disto tudo? São peças descartáveis ou contratáveis segundo as circunstâncias?
No fundo Helena Garrido limita-se a acompanhar a tendência das autoridades europeias, que parecem umas baratas tontas em torno de uma crise, que não parecem ter competências para a vencerem. No «Diário de Notícias» comenta o ex-embaixador Manuel Maria Carrilho: o grande problema da Europa não é hoje financeiro ou orçamental, como muitas vezes se diz e a maioria dos líderes - por paradoxal que isso possa parecer - gostaria que fosse. Não, o grande problema da Europa é eminentemente político e resulta, como há dias explicava Helmut Schmidt, da falta de visão e de vigor das suas actuais lideranças.
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