Manuel Maria Carrilho publicou uma crónica no «Diário de Notícias» intitulada «A Ratoeira» e que vale a pena resumir. Para ele a Comissão Europeia tornou-se numa sombra do que foi, sem credibilidade nem iniciativa, como se demonstra o que se passa com a Grécia.
É que, para além da responsabilidade que os gregos possam ter nos problemas que estão a viver, importa assinalar que a grande causa desta crise europeia já estava anunciada há bastante tempo.
É que o princípio da criação do euro baseava-se numa ideia-chave - os Estados renunciavam à desvalorização da moeda como instrumento de política económica, em troca de uma garantia da estabilidade financeira.
Todavia, se em vez disso se caminha para duas categorias de Estados, os que conseguem empréstimos a taxas baixas e os que só os conseguem a taxas altas, então o euro está condenado. Porque todas as uniões monetárias que tiveram sucesso têm sido uniões económicas e políticas.
Quando a crise de 2008 rebentou, a União Europeia estava tão desprovida de meios para a enfrentar eficazmente como inconsciente dessa falha. A Europa encontrava-se então na pior das situações. Por um lado, porque estava ainda insuficientemente integrada para se proteger de situações pontuais ou isoladas, como a grega. Por outro lado, porque já estava demasiado integrada para que os efeitos do contágio não a afectassem.
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