Quando era miúdo o bullying ainda não se chamava assim, mas não faltavam os exemplos de “copinhos de leite” azucrinados por uns fanfarrões, que gostavam de exibir o mau carácter para uma plateia a quem pretendiam intimidar sabendo-se à partida por ela desprezados.
O exemplo veio-me à memória ao ouvir excertos do discurso de Montenegro sobre o suposto estado da Nação e ao passar em diagonal a entrevista de Miranda Sarmento ao «Público». Ambos comungados na tentativa inepta de amedrontarem Pedro Nuno Santos a aprovar o Orçamento para 2025, quando bem sabem como votou o PSD os do Partido Socialista nos oito anos em que este constituiu governo. Nessa base, mesmo com o beneplácito ativo de Marcelo, como esperariam que fosse outra a postura do PS?
Bem pode o ministro das Finanças apostar em novas eleições, que a realidade anda a preparar-lhe um banho de realidade para o qual bem pode prevenir-se com toalha felpuda, porque dele tenderá a sair que nem um ensopado pinto: não só o excedente orçamental se revela exíguo para tão lauta satisfação dos vários interesses corporativos como não faltam serviços públicos de saúde fechados por falta de pessoal, obrigando as grávidas de Leiria a viajarem 200km para terem os bebés no Porto.
E desconfio que o convite aos professores reformados para se comportarem como mercenários ao serviço do ministro da Educação também não corra bem, embora ele trate de transferir as responsabilidades do fracasso do início do ano escolar para os autarcas.
Ontem, para aparecer nas televisões, Montenegro foi ao circo do ciclismo. Sem entender que o palhaço arrisca-se a ser ele...
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