1. Numa altura em que o sucedido com uma grávida no hospital das Caldas da Rainha, e dos 200 quilómetros percorridos pelas de Leiria para terem bebés no Porto, não é altura da ministra da Saúde reconhecer o evidente falhanço da passagem do seu power point das promessas para a realidade? Ou os 42 partos transferidos pelo SNS para o setor privado nestes últimos dois meses não demonstram à saciedade qual era o verdadeiro desígnio do governo: transferir cada vez mais verbas do setor para as mãos dos que com ele auferem lucros indecentes?
2. Tendo em conta que Miranda Sarmento prometera manter as contas certas à pala de um crescimento de 2% no PIB como vai agora livrar-se do molhe de brócolos anunciados pelos mais recentes números do INE que, perante a estabilização das receitas turísticas e o arrefecimento das exportações, não possibilitam melhor expetativa do que 1,5%? Tanto mais que, se no final do primeiro semestre de 2023 havia um saldo positivo de 1825 milhões de euros na contabilidade pública referente à Administração estatal o saldo é agora deficitário em 2731 milhões de euros!
E, a somar a isto como considerar a queda de 2,2% nas receitas do IVA? Será que Montenegro terá o descaramento de defender que, por essa via, os portugueses andam a pagar menos impostos’
Depois de tantos anos habituados a verem as previsões prudentes dos governos socialistas superadas pelos resultados da realidade voltaremos ao tempo em que esta é sempre pior do que o pensamento mágico do ministro das Finanças e temos de volta a época em que Maria Luís Albuquerque ia apresentando sucessivos orçamentos retificativos para suprir a inabilidade em garantir a conformidade das contas com a sua evolução ao longo do ano?
3. E lá se anuncia nova crise no capitalismo justificada pela queda abrupta das cotações nas bolsas e no preço do ouro, do petróleo das bitcoins. Será que ainda iremos assistir ao derrube inabalável do castelo de cartas que é esta economia de casino, metáfora adequada a um sistema, que tem abanado sucessivamente, mas encontrou até agora a arte de se manter periclitantemente em pé?
Seria possível explicar: 2% crescimento do PIB igual a X receitas fiscais. 1% de crescimento do PIB igual a Y receitas fiscais. Há quem possa dar uma ideia?
ResponderEliminar