domingo, 17 de setembro de 2023

Mas as árvores, Senhor, porque lhes dais tanta dor?!..

 

1. É uma das provações por que temos de passar, quando aceitamos a sujeição diária à tendenciosa exposição dos factos pela (des)informação televisiva: o espetáculo sinistro da autêntica galeria dos horrores representada pela corte cavaquista. Podemos pô-los a gesticular em silêncio, ou “zappear” para imagens mais benignas, mas sabemo-la ali a vomitar a esverdeada falta de substância dos seus arcaicos valores .

O pretexto foi agora o da publicação de mais uma testamentária reflexão do ex-presidente aos que insistem em considera-la de alguma valia. Nós só podemos lamentar as árvores derrubadas para que ele volte a satisfazer a soberba, indiferente ao facto de, em breve, quase todos esses livros irem acabar nas trituradoras de papel de quem lhe faz o jeito de o editar.

2. Outro caso de soberba é o de Rui Moreira, que vemos tropeçar amiúde nas próprias contradições. O sucedido com a estátua de Camilo Castelo Branco que o escultor Francisco Simões ofereceu à cidade do Porto é um bom exemplo de insensatez dos 37 ditos «notáveis» com ela desagradados. Entre retirar a obra e ter de a recolocar, Moreira não se livrou de mais um exemplo de seguidismo em relação aos que da arte tem uma noção censória, propícia a excomungar quem não siga os cânones das suas preferências conservadoras.

3. E ainda podemos congratularmo-nos com o desfecho do processo judicial imposto por Pacheco Pereira a um dos mais crassos exemplos de quem escrevia em jornais para disseminar teses conspirativas e outras fake news.

A condenação do vilão, ainda que demasiado benevolente para toda a peçonha publicada anos a fio nalguns semanários, serve de aviso a quem o queira replicar. Embora não faltem por aí seguidores, que não lhe enjeitem a inspiração. 

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