sábado, 2 de setembro de 2023

Desinformação, selfices tontas e problemas muito sérios

 

1. A habitual falta de escrúpulos levou alguns partidos a dizerem cobras e lagartos da carta de António Costa à Comissão Europeia a propor-lhe intervenção num assunto transversal a vários países da União: a Habitação.

Na gente informada é sabido que várias capitais do continente estão a contas com o mesmo problema:  casas demasiado caras para quem as queira comprar ou arrendar, complicando a vida a quem nelas encontra futuro profissional. Razão mais do que substantiva para constituir um dos problemas fundamentais, que a liderança europeia deverá ajudar a resolver. Como o são as demais questões, que integram o documento de trabalho do primeiro-ministro português: a conclusão de acordos comerciais com o Mercosul e com a Índia, as questões da água, os fogos, a transferência de capital humano altamente qualificado, a agenda dos oceanos, a supercomputação avançada, a regulação e o acesso e tratamento de metadados.

Para a gente menos informada, que apenas ouve algumas notícias dos telejornais, a carta de António Costa só versaria sobre a Habitação. Na realidade equacionava a necessidade de encontrar soluções para muitos dos principais problemas com que se confrontam atualmente os 27.

2. Esfriou o entusiasmo mediático com a conclusão do Conselho de Estado, que prometeria ser o da defenestração de António Costa e o da preparação de Marcelo para mais um folhetim do «demito-o ou não demito-o”.

Baseado nas informações oriundas de Belém é o «Expresso» a reconhecer que os tempos não têm corrido de feição para Marcelo Rebelo de Sousa: vetou o pacote para a Habitação, mas sabe-o tacitamente aprovado pelos deputados, e decisões semelhantes relativamente aos professores, ou à lei da droga, acentuaram-lhe as fragilidades.

Ao jornal da família Balsemão uma alegada fonte socialista terá confidenciado que “a montanha pariu um rato”

3. O semanário em causa tem, porém, uma entrevista interessante com Paulo Pedroso, que muito me pena já não ser militante socialista ao contrário dos figurões, que «alindaram» a dita universidade de verão do PSD.

Existe seriedade no aviso quanto à aceleração da emigração de jovens altamente qualificados nada tentados por uma realidade em que o salário médio bruto dos que têm menos de 30 anos fica pelos 1054 euros. Num prazo preocupantemente curto “preparamo-nos para um atraso económico e salarial que implica a saída de força de trabalho qualificada e a entrada de outra pouco qualificada, agravando a economia”. 

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