sexta-feira, 22 de setembro de 2023

Crepúsculos patéticos senão mesmo abrasadores

 

1. Numerosas vozes vêm-se pronunciando sobre as mais recentes atitudes de Marcelo Rebelo de Sousa todas elas a terem dificuldade em disfarçarem o desconforto sobre alguém em quem votaram, e merecedor de crítica contundente. Aquela excessiva falta de “gravitas” a que se associava o desejo de proximidade com os eleitores vai degenerando num somatório de episódios, que leva uma dessas apoiantes, Clara Ferreira Alves, a considerar comprometida a função presidencial para o resto de um mandato ainda distante do patético fim.

 2. Claro que as medidas aprovadas para aliviar as famílias dos apertos com o aumento das prestações do crédito à habitação nunca poderiam passar de pensos rápidos numa situação, que justificaria medidas mais musculadas junto dos bancos se o regime fosse outro e a orientação em favor dos mais desfavorecidos fosse a exclusiva preocupação. Mas, como não vivemos num mundo ideal em que o capitalismo esteja definitivamente falido, decerto serão positivas para muitas das famílias que, de acordo com o testemunho duma representante do movimento Vida Justa ao «Publico», “dantes pagavam já mais do que 40% do seu rendimento para encarar as despesas de habitação, hoje podem estar a pagar 80% ou 90%”.

3. Bem pode António Guterres lembrar que a crise do clima “abriu as portas do inferno”, que os governos continuam a optar por decisões criminosas à luz dessa já evidente realidade presente. A decisão do governo britânico em lançar novos investimentos em atividades extrativas potenciadoras da emissão de mais doses maciças de carbono para a atmosfera é só mais um exemplo de como as marionetas do tal capitalismo, ainda longe de ser dado como morto e enterrado, insistem em lançarem mais óleo para a atiçada fogueira, que abrasa o planeta. 

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