Pois caiu mesmo! À hora de abertura dos telejornais da noite o Parlamento decidiu derrubar o governo de José Sócrates e promover as eleições antecipadas.
Qui-lo a direita, que viu na reeleição de Cavaco Silva a possibilidade de alcançar o que nunca conseguiu até agora desde 1974 (uma maioria, um presidente).
Qui-lo a esquerda, que continua a apostar na tese de «quanto pior, melhor».
Mas quem julga que o Partido Socialista sai beliscado desta situação é capaz de vir a sofrer em breve uma surpresa. As palavras determinadas de Francisco Assis prometem-no e os sonhos dos comentadores políticos (uma coligação pré-eleitoral da direita ) a par das suas decepções (desejariam que os socialistas se dividissem nesta altura e se dissociassem de José Sócrates!), conjugam-se para que uma campanha ao melhor estilo do ainda primeiro-ministro redunde num resultado previsível: ainda que sem maioria, seja ele a ser convidado pelo contrariado Cavaco a formar novo Governo pós-eleições.
Porque as suas capacidades em campanha são muito superiores às dos adversários e não se adivinham competências em Passos Coelhos muito diferentes das de Manuela Ferreira Leite, que acabou por ele derrotada nas eleições anteriores.
E, sobretudo, porque ninguém lhe pode tolher o argumento de, perante uma crise tão grave a nível internacional, quem não quis a estabilidade política e a pequena janela de oportunidade, que evitaria a vinda do FMI, foi a oposição.
Seja no ambiente de trabalho, seja no ginásio, vou sendo surpreendido com conversas, que apontam nesse sentido: depois de sucessivas sondagens a projectarem o PSD para o limiar da maioria absoluta, as que forem efectuadas a partir de hoje poderão apresentar resultados completamente diferentes. Até porque as intervenções de Passos Coelho lembram uma velha canção de 1972: «Parole! Parole!». Ou seja um completo vazio de ideias, uma completa ausência de propostas concretas, que elucidem sobre o que se propõe fazer como alternativa.
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