Os artigos de opinião publicados nos jornais e os comentários televisivos continuam a seguir a regra do costume: verbera-se a esquerda, quer a «incompetente» do Governo, quer a «irresponsável» do Bloco e do PCP, em proveito do elogio explícito ou implícito às «soluções» da direita: redução do défice mediante o corte austero em tudo quanto cheire a Estado Social.
Que esta «solução», aparentemente avalizada por sondagens, irá conduzir o país à catástrofe, acompanhando uma Europa apostada nas mesmas receitas, não existem grandes dúvidas. Mas a ganância dos banqueiros e demais títeres do capitalismo promete grandes tempestades com os ventos por eles semeados. Os episódios de contestação em França por causa da idade da reforma ou em Inglaterra devidos aos aumentos abruptos das propinas escolares, são mera antecipação de uma agudização muito séria da luta de classes, expectável ao longo desta década.
Aparentemente forte, o capitalismo não deixa de ser um tigre de papel na conhecida fórmula maoísta. E o que possa vir a seguir não será pior em termos de distribuição de rendimentos do que a situação absurda a que chegámos…
O efeito de contrabalanço, outrora atribuído à extinta União Soviética, terá de ser ganho pelos movimentos sociais de protesto contra este estado das coisas. E atrás de tempos, tempos vêm...
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