Tarefa fácil a da equipa de criadores de conteúdos, que trabalham para o programa dominical de Ricardo Araújo Pereira: o Chega dá-lhes tanta artilharia, que basta aproveitá-la sem sequer lhes ser necessário acrescentar o lado caricatural.
Por natureza os deputados do partido especializado na bandidagem - de que dá tão esdrúxulos exemplos! - incumbe-se de dar folga à imaginação dos humoristas. Na maior parte das vezes basta pôr a falar aquela gente de reles condição para ficarmos esclarecidos quanto ao que lhes move a falta de carácter.
Não é que dê particular atenção ao que dizem Ventura & Cª, mas suspeito que a violência doméstica está longe de ser motivo de sua preocupação: tão amancebados andam com o passado fascista, que não verão grande mal no facto de, há cinquenta anos, ser perfeitamente legal que o marido chegasse a roupa ao pelo da respetiva mulher. Ou que as palmadas servissem de modelo pedagógico para adestrar os meninos e meninas mal comportados.
E, no entanto, como o Público acaba de comprovar num conjunto de excelentes reportagens, hoje em dia e com toda a legislação destinada a dissuadi-la, ainda há quem morra ou fique ferido por obra e graça dos desvarios dos machos ibéricos, que campeiam por aí e não me admiraria fossem em boa parte eleitores do Chega.
Elucidativo o confessado receio - e felizmente desmentido! - de algumas das queixosas serem casadas com agentes da PSP e da GNR e coibirem-se de avançar com a denúncia formal dos seus padecimentos por medo da proteção corporativa em torno dos conjugues.
Cobardes como são (e quantas vezes assassinos!) os perpetradores da violência doméstica representam o que de pior existe na sociedade portuguesa. Que é aquele que empatiza com André Ventura.
Homofonamente, talvez não seja ilógica a semelhança entre as palavras chunga e Chega.
antonio costa e duas senhoras tontas
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