quarta-feira, 5 de fevereiro de 2025

Indecorosa desigualdade

 

Não há como dar  crédito a um estudo financiado pela Fundação do Pingo Doce, e abordado na revista Visão, quando atesta ser Portugal um dos países europeus onde grassa maior desigualdade social entre as camadas mais endinheiradas e as que veem o mês sobrar-lhe ao fim do ordenado ou da pensão social.

Se na empresa dos patronos dessa instituição isso é gritantemente flagrante não há como crer no que estão a afirmar dada a indecora diferença entre as remunerações  de Pedro Soares dos Santos e a generalidade dos que por ele são esbulhados das mais valias do seu trabalho.

Olhemos então para o estudo conduzido por  Carlos Farinha Rodrigues: em 2023 cerca de 1,8 milhões de pessoas vivia com menos de 632 euros mensais, quando a crise habitacional já ganhava ritmo de cruzeiro com a explosão do alojamento local. Com os idosos como grupo social mais afetado pela pobreza, seguindo-se as crianças e os jovens.

Portugal era, nesse ano, o 4º país europeu mais desigual apenas ultrapassado pela Bulgária, pela Letónia e pela Lituânia. E, apesar das dificuldades enfrentadas com a epidemia e com a inflação gerada pela guerra na Ucrânia - que a todos, na realidade afetou! - pode-se dizer que esse é um dos indicadores, que comprometem o legado de António Costa à frente do governo: se os socialistas não conseguiram reduzir substancialmente as desigualdades entre os ricos e os pobres, o que haverá a temer de quem lhe sucedeu e, em todas as áreas da sua gestão, tudo fazem para ainda mais as agravarem?

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